DINHEIRO

Eu não quero ganhar dinheiro

Para o dinheiro não me ganhar

Ele eu ganhando já não sou eu

Pois que me tem todo em desejar

Futilidades que mereceu

Todo o meu tempo de só pensar

Na ilusão de que seja meu

Vez que só ganho para gastar

Se ganho então o dinheiro é meu

Mas na verdade ele é que'stá

Me governando, tomando o tempo

Da minha vida o preço a pagar

Sou sem valor qual folha ao vento

Vez que comigo não quer ficar

O BLOG E EU

Blog, para quê um blog?

Eu defino o blog

Ou será ele que me define

Ou definha

Numa caixa de fósforo eletrônica

O meu pensar?

Alguém lerá?

Será esse o meu intento

Ou estou aqui apenas

Para transformar esse espaço

Num novo tipo de gaveta

Onde as páginas não poderão

Amarelar?

O que seriam

De todos os escritores

Se não ousassem

E publicassem em qualquer lugar

O que escreveu?

Não sei!

Eu só sei que nada sei,

Mas como não tenho Platão 

Ou Xenofonte para me interpretar

Então me arrisco

Em tentar fazer a exegese de mim mesmo

Sabendo que nunca saberei

Quem realmente sou!

POR UM MOMENTO

POR UM MOMENTO

(Corpo, Lixo, Malogrado)

Por um momento

Parece tudo desabar

A luz se apagar

E a escuridão interna se confundir

À involucral paisagem escura

Dessa encarcerada felicidade ilusória

Dentro da qual boia um pedaço de matéria

Que conheço como CORPO.

Por um momento

Penso que não existo

Que esta vida é um bagaço,

Pois que depois de sugada e chupada

Neste momento parece ter um único destino: o LIXO.

Por um momento

A vida é um inferno

É o contraste perfeito do céu

Que me ensinaram existir

E que, por tolice ou inocência, eu me deixei iludir

E alimentar o ímpeto de vida que sonhei

Que ainda sonho e que, por isso, morro

A cada momento MALOGRADO.

Crédito da imagem: http://kdfrases.com/frase/100556